segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Fogo de Monturo: Estreia em Recife e Natal

- ESTREIA EM RECIFE:

Teatro Hermilo Borba Filho - Recife Antigo
12 de junho de 2015 às 20h

P.S.: estudantes da UFPE e alunos do SESC tiveram entrada gratuita para o espetáculo FOGO DE MONTURO, que compôs a programação do evento USINA TEATRAL, promovido pelo SESC Santa Rita, de Recife-PE.

- ESTREIA EM NATAL:

Barracão Clowns 
13 e 14 de junho de 2015 (20h/19h)

FOGO DE MONTURO conta a jornada de Fátima, a filha de um engenho no vilarejo de Monturo, que está prestes a ser coroada como rainha do Maracatu, quando resolve partir para a Capital e estudar Direito na universidade. Com a sua migração, a pequena Monturo sofre com o retorno da assombração da puta Gaba Machado, morta por choques elétricos. Na vila, a energia de Gaba toma o corpo e o pensamento dos moradores, trazendo à tona seus mais recônditos desejos. Enquanto isso, Fátima, na Capital, envolve-se com o movimento estudantil e uma Professora de Direito, que poetiza a revolução contra o poder ditatorial dos militares.


Na Fan Page do espetáculo você pode conferir relatos sobre o processo de criação. Acesse o link: https://www.facebook.com/fogodemonturo?ref=ts&fref=ts


Abaixo, as fotografias tiradas por Pablo Pinheiro:









Nova temporada!

Revoada esteve em cartaz no penúltimo final de semana de maio de 2015, dias 23 e 24, sempre às 18h, na Pinacoteca Potiguar (Palácio da Cultura).

E como o voo se fez leve!
Dessa forma gostaríamos de agradecer a todos os envolvidos nessa jornada de Revoadas... 
Por este fim de semana o agradecimento especial vai à equipe da Pinacoteca Potiguar, no nome do Samuel, que nos possibilitou estar naquele maravilhoso espaço com nossos voos; De agora e sempre, um super agradecimento à nossa indispensável equipe técnica (Patrick, Naara, Lucifranklin, Edu, Leila, Paul, Val...), que trabalhou com muito esforço, dedicação e carinho para que todos os passarinhos pudessem amar, compreender, desapegar, se libertar em cada vale; Agradecemos a Diego Marcel, pela disponibilidade para nos ajudar com as artes gráficas e pela sensibilidade em registrar o espetáculo; Um agradecimento mais que especial àquela que tem se responsabilizado com amor por nossa iluminação e cenografia, aceitando sempre um novo desafio: a querida Laura Figueiredo! E por fim, mas não menos importante, um agradecimento de luz a todos os nossos espectadores, que se dispuseram a sair de suas casas e ir em busca da liberdade conosco.
Sem vocês nada teria se tornado possível!










Fotos por: Diego Marcel

Cooperation Project

Retomando os voos, o Arkhétypos Grupo de Teatro anuncia as primeiras atividades de 2015 com novas apresentações!
Trata-se do Projeto de Cooperação, relacionado à pesquisa desenvolvida pelo professor Robson Haderchpek em Viena, que aconteceu entre os dias 02 e 07 de março no Departamento de Artes da UFRN.
Com principal foco na "Arte do Encontro: conexão Brasil e Viena" (etapa a ser realizada no Brasil), o evento teve pelo menos uma palestra por dia, oficinas, exposição fotográfica e concertos. Contou-se com a ilustre participação da Angelika Hauser-Dellefant e Patricia Simpson (Viena), Laura Figueiredo, Mayra Montenegro, Robson Haderchpek e Mauricio Motta (UFRN). A exposição foi de fotografias tiradas durante as temporadas do espetáculo Revoada em 2014 - registros feitos pelos fotógrafos Diego Marcel e Paulo Fuga -. Contou-se também com a presença do grupo Pau e Lata e mais duas apresentações do espetáculo REVOADA. Confira a programação completa abaixo e o cartaz da peça:


PS.: para conferir a programação específica de cada dia, acessar a Fan Page do Grupo Arkhétypos no Facebook - https://www.facebook.com/ArkhetyposGrupoDeTeatro.


Última temporada de 2014

Os pássaros do Arkhétypos alçaram novos voos! Revoada esteve em cartaz novamente durante os três últimos finais de semana de novembro na Escola Estadual Winston Churchill, em Natal/RN.
Este é um espetáculo ritual proposto para espectadores que juntos participam de um grande processo de renovação, de reencontro consigo mesmo e com o desafio do novo.







Fotos por: Elizabeth Araújo

Encontros Arcanos 2014

O evento ' Encontros Arcanos' ocorreu na UFRN entre os dias 10 e 14 de setembro de 2014.
O 'Encontros Arcanos é, fundamentalmente, um evento na área das Artes Cênicas, que visa reunir pesquisas capazes de evidenciar e problematizar as relações entre as noções de memória, mito, corpo, rito, história e realidade, numa perspectiva inclusiva que agrega não apenas as convergências, mas igualmente as divergências de pensamento e prática artística. O termo Arcano, de origem latina, significa misterioso, enigmático. Na Alquimia, o arcano é uma poção misteriosa acessível somente aos seguidores desta prática esotérica. O termo Arcano refere-se, concomitantemente, a cada uma das cartas do baralho tarô. A carta número 0, conforme os baralhos, é nomeada como O Louco. Esta carta representa um jovem leve e solto, que caminha a tocar flauta e à sua frente está um precipício. No tarô mitológico, a carta do louco é associada ao mito do deus Dioniso. Os Encontros Arcanos tem justamente em Dioniso o impulso metafórico para o início da jornada de reuniões científicas nesta seara de atuação, sendo a primeira delas dedicada a este Deus. Esta primeira edição do evento aconteceu na UFRN, em Natal-RN, tendo em sua programação: conferências, mesas temáticas, círculos temáticos com partilha de trabalhos científicos, bem como apresentações de trabalhos artísticos ligados ao tema e aos pesquisadores/artistas envolvidos.
Programação
Quarta (10/09)
Credenciamento – 17h (Hall do DEARTE/UFRN)
Conferência de abertura – ‘Ritos de passagem: jornada de Dioniso’, Prof. Dr. John Cowart Dawsey (FFLCH/USP) - 18h (Teatro DEARTE/UFRN)
NEM TENTE, Performance de abertura Grupo Totem-PE (Barracão dos Clowns do Shakespeare), 20h
Quinta (11/09)
Mesa temática sobre mito – 14-15h (Alexandre Nunes e Verônica Fabrini) (Teatro DEARTE/UFRN)
Círculo temático com partilha de trabalhos científicos – 15:30/17:30 (coordenação: Alexandre Nunes e Verônica Fabrini)
ABOIÁ, espetáculo com Direção Robson Haderchpek, Arkhétypos-RN (Barracão dos Clowns), 20h
Sexta (12/09)
Mesa temática sobre rito – 14-15h (Luciana Lyra e Robson Haderchpek) (Teatro DEARTE/UFRN)
Círculo temático com partilha de trabalhos científicos – 15:30/17:30 (coordenação: Luciana Lyra e Robson Haderchpek)
FOGO DE MONTURO, protoperformance com Direção e dramaturgia Luciana Lyra,
Arkhétypos-RN/Unaluna-SP – 20h (Barracão dos Clowns)
Sábado 13/09
Reunião preparatória GT ABRACE Mito, Imagem e Cena - 15:30 /17:30 (Teatro DEARTE/UFRN)
NJILAS, espetáculo com Direção Alexandre Nunes, Dramaturgia Luciana Lyra, colaboração Alexandre Nunes, Laborsartori-GO (Barracão dos Clowns), 20h
Domingo 14/09
Perfoconferência com Andreas Simma (ex-ator do Teathre du Soleil_ - 15:30h (Teatro Dearte/UFRN)
Espetáculo REVOADA - Direção Robson Haderchpek, Arkhétypos Grupo de Teatro-RN – 18h (Tecsol)
Festa de encerramento: Rito de Elêusis (Tecsol)
De 10 a 14 de setembro de 2014
(Teatro Deart/UFRN e Barracão Clowns de Shakespeare)







Foto por: Diego Marcel

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Os sete vales

Dando continuidade a respeito do que se trata a nossa Revoada, explicamos aqui cada etapa pela qual essa conferência passa. São sete, e cada uma é necessária para que se chegue ao encontro do tão esperado Rei:

Vale da Procura
Neste vale, os homens-pássaros se reúnem para alçar o primeiro voo. Aqui se dá a revoada inicial com intuito de encontrar no interior a sua história, seus conflitos, seus questionamentos, suas buscas. É o momento de descobrir-se, é busca pelo eu, quem sou, o que faço e é também o lugar de encontros para os próximo voos. Com quem podem compartilhar os seus anseios? É um momento de descobertas. Um vale que exige paciência, confiança e persistência.

Vale do Amor
Os ventos sopram, e neste vale os homens-pássaros voam conforme a intensidade do bater das asas, ora pairam sobre o tempo (é o sublime), ora se faz necessário ter alguns impulsos para mudar as direções e os sentidos. É o momento de contemplar na figura do outro o que o que transcende o olhar, ou seja, é a beleza do desnudamento. 
“Aqui o fogo ardente é amor e o amor é ardente fogo”.

Vale do Desapego
“É aqui que toda a curiosidade e todos os desejos desaparecem”. É aqui que tudo é revelado, traduzido e marcado. É aqui onde os pensamentos se calam...
O vale do desapego requer uma travessia dolorosa. Ao passar por ele, algo em você é rompido, desmascarado. Corpo e voz se desencontram e o seu horizonte se desfaz; tudo aqui deve ser deixado, pois é necessário se desfazer do que lhe consome, do que lhe impede de passar por ele. Não é fácil se desapegar, é mais fácil recuar, esquecer, esconder. Aquele que por aqui passar, precisará romper laços.
O desapego exige de você uma restauração, e você ganha de presente da vida uma chance, uma chance para voar.

Vale da Compreensão
O que perguntar ao Oráculo? Neste vale, compreender significa ter a liberdade de enfrentar a verdade. Querer não sabê-la é ferir o conhecimento, é o momento de expurgação. Aqui os homens-pássaros batem as suas asas em ritmo de luta, na qual a intenção é permitir que a sabedoria faça a revelação necessária, mesmo que ela seja dolorosa.   
“Aqui cada um escolhe um caminho diferente e regras diferentes para transgredir”.

Vale da Morte
Neste vale, os homens-pássaros são convidados a enterrar o que os machuca, o que lhe impede de continuar a jornada em busca do rei. Os conflitos são acentuados e é dada a esses seres a oportunidade de continuar o voo. Assim a história de cada um vai sendo ressignificada. A morte é necessária, é o reviver para um novo voo.    
“Aqui nada se vê. Aqui nada se sente. Aqui nada existe”.

Vale da Unidade
É um vale que transgride a harmonia dos homens-pássaros. É um estado de pacificação única, onde todos partilham os mesmos prazeres. Aqui, todos se conectam e conspiram a favor do outro, forte o bastante para que a união cause uma inspiração a quem vê. Uma união tão singular que aos poucos se transforma em canto solene e imortal.
“Uma 'corda' é amarrada no pescoço de cada um que entra aqui”.

Vale do Deslumbramento
É o último dos primeiros. É o vale do acordar para acreditar. Nele, tudo é esvaziado... Por ser o “lugar da dor constante e do grande espanto”, aos poucos os olhos da alma vão se abrindo, deixando um deslumbre invadir o seu universo, pois tudo lhe permeia e lhe sustenta quando chega a hora de voar. 

terça-feira, 22 de julho de 2014

De onde surgiu a Revoada...

O livro A Conferência dos Pássaros, escrito por Farid Ud-Din Attar, foi a fonte de inspiração para o Processo AR. Nele encontra-se uma das mais lindas histórias já escritas sobre “busca”, ou melhor, sobre a busca de si mesmo. De origem persa, o conto narra a trajetória de um grupo de pássaros que decidem encontrar um rei para liderá-los. A Poupa, o pássaro mais sábio, instrui as aves a viajar à procura de um Rei chamado Simorgh, que mora no Monte Qaf, porém, para chegar lá e encontrá-lo, seria necessário atravessar sete vales – busca, amor, desapego, compreensão, morte, unidade e deslumbramento –.  Nesta jornada, apenas trinta pássaros conseguem chegar ao fim, pois muitos desistem e se perdem entre os vales. Os valentes e privilegiados pela força e coragem chegam à estação de Baqa (subsistência), que fica no topo do Monte Qaf.

            Ao vasculhar as metáforas por trás do conto, percebe-se que o mesmo retrata uma viagem além da nossa compreensão, pois o próprio nome Simorgh representa, em persa, trinta pássaros, e que o rei tão esperado mora dentro de nós mesmos. Os sete vales representam o percurso que devemos fazer em nossa jornada de vida, tentando através de nossas faltas, crescer perante as tentativas impostas pelo destino, muitas vezes cruel. Atravessar os sete vales é uma tentativa humana de um dia chegar à totalidade transcendente.

P.S.1: se houver interesse na leitura do livro, também indicamos a última edição publicada, recontada pelo autor e ilustrador tcheco Peter Sís. 



P.S.2: abaixo disponibilizamos o link com o vídeo de uma animação feita com base no conto. Prepare-se para participar dessa conferência: